Scrum:Definindo as estórias para o Sprint Backlog


olá Pessoal,

Demorei um pouco, pois os ultimos dias tem sido corrido, mas está aqui mais um post da série Scrum, hoje vou apresentar como é que a equipe define quais estórias estarão no Sprint Backlog do Sprint que inicia amanhã. Vimos em um dos post anteriores que o PO é um cara importante no planejamento do Sprint. Então chegou a hora de discutir de como tirar as coisas que estão no Product Backlog e trazer para nossa “mesa”. Antes de começar o post queria compartilhar com vocês um vídeo muito interessante desenvolvido pela FIAP. Não é fazer propaganda da instituição, pelo contrário o vídeo foi feito com objetivo informativo sobre o mercado de TI. Vejam:


Lets go

Como a equipe define as estórias que vão para um Sprint?

Essa é uma pergunta clássica. Eu já ouvir alguns comentários que talvez o PO ou SM deveria fazer isso. Eu acho que se Scrum fosse um framework que funcionasse com base em quem tem o nível mais alto(para não dizer função) é quem define as coisas, talvez faria sentido. Mas, como não é assim, o conceito de time, equipe, pessoas etc, é de fato mais importante que os papeis apenas. Enfim, apesar do PO ter escrito toda história e em alguns casos ser o responsável pelo investimento no projeto, com Scrum isso não dar o direito de dizer: “a estória já está escrita, priorizada e o escopo é aquele. Se não entendeu algum ponto, por favor, deixe me saber, mas não vou mudar o escopo, porque eu quero assim”. Não é bem por ai. A questão é quem tem a bola da vez aqui é o time, ou seja, todos estão envolvidos e não apenas o PO. Não é porque ele é dono do produto que tudo vai acontecer como ele deseja sem questionamentos. Se temos um problema como esse é sinal que seu cliente não entendeu como Scrum funciona e ai é um outro problema que precisa ser tratado antes de pensar quando vai acontecer a reunião de planejamento.Eu diria que até antes do cliente apresentar o produto, ele já deveria saber o porque vai rodar Scrum e saber que as coisas funciona em um trabalho de equipe e cada um tem suas responsabilidade e limitações. Se isso não está claro para o seu cliente, não inicie nada, do contrário terá problemas e discussões que talvez não compense. Agora vamos ignorar o cenário anterior, trouxe apenas fazer uma citação do mundo real :). Então, Camilo como escolher a estória que vai para o Sprint Backlog?

Por sentimento ou instinto. É isso mesmo não há mágica nem ferramenta que vai ti dizer: “pega a história X, e sim a equipe que vai contribuir para isso”. Normalmente o ScrumMaster pergunta para equipe se a estória que está no top da lista(aquela que tem mais importância para o PO) dar para entregar naquela Sprint. Aquelas que ficarem com dúvidas e incertezas da entrega fica de fora (com o aval e negociação com PO) do Sprint.

A seguir temos um exemplo, pratico de um Product Backlog:

Imagem do livro Scrum and XP from the Trenches

Note: Claro, que vamos seguir sempre a ordem de importância definidas pelo PO e não pegar as estórias aleatórias.

Vamos supor que o PO não gostou porque a história D está fora, já que a velocidade da equipe só permite entregar até a C. O que fazer?

Primeiro: O PO não pode obrigar à equipe pegar(de novo, para você não esquecer). Então ele tem duas opções:

  1. é alterar o escopo, possivelmente quebrando e o time re-estimar e ver se é possível.

  2. ele mudaria a ordem de prioridade levando a estória para acima do C, daí o team é obrigado a pegar. Porém, a estória C ficaria de fora. Mas, o framework Scrum não diz que temos que pegar a estória com maior prioridade?

Sim. Pegamos a estória que está no topo da pilha do product backlog, mas ao olhar ela identificamos que é grande demais e não cabe dentro do Sprint de duas semanas, ou seja, é pouco tempo para muita coisa(escopo grande) em uma única estória. Lembre-se, as estórias deve ser do tipo INVEST.

  • Independente: a estória não pode ficar bloqueada durante a implementação, ela precisa ter vida por si só;
  • Negociável:uma estória precisa ter um escopo que pode ser alterado sem perder toda a essência do que se pretende e algumas coisas podem ser postergadas para um dos próximos Sprint tranquilamente.
  • Valioso: deve agregar valor ao produto, ter um valor de importância dentro do produto
  • Estimável: se não conseguimos estimar com base no que está escrito para estória, é porque temos alguma problema no que ela se propõe atingir. Então precisamos ver com o PO o que ele está querendo dizer;
  • Small: não precisa ter todas as funcionalidade em única estória, sendo assim pode ser pequena para que fique dentro do Sprint.
  • Testável: toda estória precisa ter uma forma de validar se ela foi implementada corretamente. Então os critérios de aceitação devem existir, para que podemos nos certificar que fizemos algo de acordo com o esperado.

Então era isso pessoal que eu tinha para apresentar para vocês quando estiverem pegando as estórias do Product Backlog e trazendo para o Sprint Backlog. Não se esqueçam que a responsabilidade de analisar e estimar uma estória é da equipe.
O que foi escrito pelo PO para estória é o que ele desejaria(nem sempre querer é poder) de ver pronto, mas nem sempre é possível, pois há vários fatores que contribuem para isso tais como: velocidade da equipe, nível técnico, interrupções etc. Não é uma tarefa fácil, mas com uma boa comunicação entre a equipe e o PO, sempre terminamos no contexto ideal.

Vou ficando por aqui espero que tenham gostado.

Abraços, see ya!!

Entendendo Certified Scrum Master CSM

olá Pessoal,

O post de hoje vou falar de um assunto que já é polêmico “Certificação” e quando vamos para o mundo Agile a certificação CSM é mais polêmica ainda que as certificações tradicionais, uma vez que não há uma prova tradicional(tipo aquela da Oracle para OCJP com mais de 60 questões). Sendo assim, vou compartilhar com vocês minha experiência que tive na semana passada, “tirando essa certificação”.

Lets go.

Starting

Acompanho sempre as discussões e opiniões adversas sobre as certificações da ScrumAlliance, nunca opinei, pq não conhecia o suficiente para opinar e não queria comenter o erro de sair falando sem entender(como já fiz  no passado em outros cases e em algumas vezes tive que avaliar o que falei e aprender com alguns erros) o Por que?!. Eu sempre tive uma pergunta comigo: pq eles faziam a certificação deles diferente do que estamos acostumados em modelos do tipo OCJP, por exemplo?E isso nunca saiu da minha cabeça. como não tinha resposta, deixei a pergunta no modo stand by, pois eu saberia que ainda ia encontrar a resposta.
Ela veio quando eu parei de pensar: “como eu vou usar essa certificação para uma promoção ou proximo emprego” e começei a pensar: “com a certificação eu passo a ter um cartão de visita com clientes incertos e que preciso vender meu serviço para eles”.  E fui fazer a certificação para tirar essa dúvida na prática e buscar as respostas nos minimos detalhe.
E daí começei a entender o motivo que elas existiam e pq eram feita daquela forma, sem falar quem criou as certificações os co-fundadores, se pegarmos o cv deles, a maioria é consultor independente e certamente eles nao pensaram em certificacao para agradar o pessoal do RH. E o que poucos sabem, mas a resposta é: Pq as certificações vieram primeira a ScrumAlliance? Simples, os co-fundadores precisam vender o framework para um cliente(talvez os primeiros), mas este cliente, disse tá preciso de algo mais “sólido” que certifique meu projeto ou pessoas, nao posso comprar, so pq vc ta falando e como vou identificar outros consultores? Eu preciso comprar alguma coisa à nível de mercado.
Pois, eh tb nao sabia, descobrir isso no curso com os dos caras que participou no desenvolvimento da certificação da CSM Michel GoldenBerg, ele trabalhava junto com o Mike Cohn nos projetos Agile (bem no inicio da “revolução agile”).

Acredito que conseguir a resposta pq já tive experência de estar dos dois lados da moeda, um como profissional CLT e outros como profissional independente e para cada uma experiência eu tinha que pensar diferente, agradar o cliente como CLT é bem diferente de como agradar o cliente sendo um profissional independente.

Como funciona?

Ser CSM não é muito difícil, basta fazer um curso por um CST e no final responder média de 36 questões enviado pela ScrumAlliance. E assim você é um Certified Scrum Master.

E as questões?

Essas questões são para avaliar o CST, se a turma tiver um percentual muito baixo, à ScrumAlliance, vai chamar o CST para uma conversa, pois houve um problema no treinamento por parte dele.Isso é muito díficil, a maioria dos CST são experientes e passar o conhecimento não é um problema, uma vez que um CST já foi um ScrumMaster um dia e possivelmente na longa jornada dele, teve que passar conhecimento para um grupo, sendo assim ministrar o treinamento, não é algo do outro mundo. Nenhum CST que ter uma média ruim, pelo contrário ele vai se esforçar o máximo para que seus alunos tirem a maior nota possível.O objetivo das questões é para o aluno saber se ele entendeu o mínimo possível de Scrum, isso acaba sendo uma auto-avaliação para o próprio conteúdo, uma vez que as questões é direcionando a tudo que foi visto no curso e com algumas pegadinhas como de lei em qualqer exame.

E pra que serve essa certificação?

Apesar de ser criticada por alguns profissionais de TI, mas há algo importante que é preciso analisar antes de criticar. São eles:

  1. se você já tem um bom nome no mercado onde você é o valor da sua empresa em si. Não vai precisa de certificação nenhuma. Exemplo? Pessoas como Eike Batista, Steve Jobs esses caras por exemplo podem abrir uma empresa amanhã e ela já começa com um valor X somente porque eles são os dirigentes e seus clientes não querem saber se a empresa dele tem profissionais certificado YHY. Pois, a confiança é depositada tneles e quem deposita à confiança conhece o perfil de cada um desses caras e sabe o nível de qualidade e não precisa de nenhum órgão para testar isso, pois eles por si só são os órgãos.

  2. Agora em outro contexto onde está a maioria dos pobre mortais. Aquele profissional que não tem esse valor todo no mercado(como jobs e batista por exemplo) e de alguma forma precisa vender um produto para o cliente, o qual vai precisar que algum órgão mais abrangente que tem respeito no mercado diga: “esse cara tem os conhecimentos mínimos, nos o certificamos”(até você atingir o sucesso com seus clientes e sua empresa tornar referência, mas precisar desse tipo de titulo). E ai você precisa vender o seu certificado, para ganhar alguns tipos de clientes. E pra isso existe certificações, para aproximar novos clientes incertos do seu serviço. Isso é a realidade do mercado, seja aqui no Brasil ou lá fora, claro com algumas particularidades de cada país, mas é muito similar.

Em resumo se amanhã você pretende atuar como um consultor Agile, ter as certificações pode ajudar naqueles seus primeiros clientes incertos, caso você não tenho um mercado já consolidado com seu nome impresso. E nesse momento sentirá falta da certificação para jogar na mesa do StakeHolder, será seu cartão de visita.

A diferença

Isso aqui é o ponto diferente das demais certificações tradicionais.Ser um CSM não é ScrumMaster por que(meio louco isso)? Simples. Você não compra liderança, motivação de equipe,práticas de negociação etc. Você desenvolve essas habilidades e são os pontos chaves para atuar como um ScrumMaster, pouco importa se você é o cara de Java, .NET, Ruby, mas se não sabe lidar com equipe, remover as barreiras, ter um bom relacionamento, você tá perdido. Agora vem, a sensação de outras certificações como Java, algumas do PMI, que ao terminar você olha, pow estudei isso, aquilo, agora eu sei exatamente como fazer X. Já sei usar generics e entendi threads ou aprendi como calcular custo do projeto com menos erros, depois da prova PMI xxx.

Então quem for fazer certificação Agile CSM esqueça qualquer uma dessa sensação, pelo contrário você sai de lá com mais dúvidas, confusão mental. No inicio achei meio estranho, porém passar um ou dois dias achei que isso um ponto excelente e chave, pois fiquei motivado em ir buscar resolver aquelas confusões que estavam na mente, tirar aquela barreira e para isso tinha que estudar mais, aumentar o faturamento da amazon.com etc, mandar e-mails para os mais experientes (até para o Mike Cohn eu enviei). Algo que nas certificações tradicionais não acontece, após ter passado, temos a falsa segurança que dominamos o assunto e nem abrimos mais o livro de estudo e dai começamos outra jornada na carreira e com um certo tempo começa o esquecimento caso não use com frequência o conteúdo que viu na certificação.

O treinamento

São dois dias de treinamento, onde é abordado os pontos core de Scrum, desde conceitos: teóricos, práticos e cases. Há muita discussão e aprendizado nesses dois dias. Não é um curso comum, o aprendizado é grande e muito valioso. Sabe por que? Vou responder a seguir.

A sacada da ScrumAlliance

É fácil criticar quando não conhecemos, mas a ScrumAlliance fez algo que achei interessante. Para ser um CST não é para qualquer um. Ou seja, só quem teve e tem vivência pratica Agile pode ser um CST. E isso garante que o conteúdo do curso será com um profissional que tem conhecimento e experiência de fato com projetos Agile. E isso enriquece todo o curso de uma forma que é difícil descrever. Muitos criticam que na maioria(há exceções) das faculdades temos professores “doutores/p.h.d” porém que nunca tiveram experiência profissional e que o curso só fica no meio acadêmico e ao chegar no mercado o aluno ver que a coisa é bem diferente, do que ele viu em sala de aula, já que ele não foi preparado para o mercado na sua formação. No treinamento da ScrumAlliance isso não temo como acontecer, pelo requisito de se tornar um CST.

Ao sair do curso

Bem, ao sair do curso não dar para ter a síndrome do estudante, de achar que “eu sou o ScrumMaster”. Talvez, os menos experientes  possam sair com essa sindrome. A certificação não prova que você tem todo skill de ScrumMaster expert. Porém, é esperado que o aluno tenha o conhecimento suficiente para rodar uma Scrum, porém isso não quer dizer que ele vai conseguir rodar bem ou a melhor Scrum do mundo. No curso você percebe se é aquilo que de fato que deseja para você. O framework Scrum deixa transparente o papel e o que um SM vai viver no dia-dia sem maquiagem.

Compensa?

Essa é uma pergunta que muitos fazem. Bom, responderia dizendo que sim. É um bom curso, com aprendizado diferenciado, como falei baseado em experiência e case, e não só formado por conteúdo teórico. É como o meu CST(Michel Goldenberg) falou : “se fosse teórico e explicar o que já tem no wikipedia, ninguém precisava estar aqui, pois tem tudo isso de graça”.

Valor do investimento

R$ 1950.00 (só à vista)

É isso que você vai ter que investir. Não posso dizer que é um valor do tipo “trocado”. A única coisa que invisto sem estar muito preocupado é no conhecimento, então nunca vejo um investimento em conhecimento como perdido. Mesmo se um dia fizer um curso que for ruim(já fiz r não foram poucos), eu vou conseguir aprender algo com ele, do lado negativo sempre dá pra tirar algo de positivo para o seu aprendizado, mesmo que não seja no conteúdo do curso.

O mercado

Como o mercado vê essa certificação?

Da mesma forma que ver as demais, talvez essa aqui ainda pior, porque um dos problemas ainda existe em quem analisa é saber interpretar e conhecer como é o curso e como ele qualifica o aluno e parar de olhar para um “pedaço de papel”.

Conclusão

Foi um curso muito produtivo, conheci pessoas diferentes, o Michael é de fato um cara muito experiente e com uma boa didática. Ele fez o que pouco fazem, ensina o porque das coisas. Como eu não sou muito preso a esses papeis de parede, faria o curso mesmo sem certificado, não estou muito preocupado com ele, exceto se eu precisasse vender para um cliente que gosta de ver esses titulos in english de preferência. A minha conclusão é que  as certificações da ScrumAlliance elas foram pensandas mais para quem quer atuar independente, ou seja, não ser funcionário, uma vez que o a forma que é aplicada, não deixa o pessoal do RH feliz para o que eles precisam como criterio de avaliação.

Bom vou ficando por aqui espero ter esclarecido sobre a certificação CSM. : )

Abracos, see ya next post!!